22 de abr. de 2010

Respire


Quando acordar, gaste alguns segundos de olhos fechados e perceba como algumas horas de sono te fazem tão bem e como é boa a sensação do sono. Seja grato pelo descanso.

Quando levantar, observe o seu quarto e a luz do sol que vem de fora. Abra a janela e tente ouvir os pássaros que ainda cantam. O mundo ainda está vivo. 

Quando sair do quarto e for em direção ao banheiro ou a cozinha, observe o seu corpo. Note como ele funciona e como cada parte tem funções tão preciosas.

Quando passar por seus familiares no corredor, ou esbarrar com um deles na escada, olhe atentamente para eles e, com carinho, observe os detalhes que você mais ama neles, seja o olhar, o sorriso, o cabelo bagunçado ou o jeito de andar. Ame-os como eles são.

Quando sair de casa, olhe para trás e contemple o lar que tem. Observe os detalhes das paredes e do telhado, das janelas e das portas. Guarde-os na sua memória porque talvez você não vá viver lá a vida toda.

Quando sair na rua olhe para o céu, faça chuva ou faça sol, observe os detalhes que o compõe, as nuvens, os raios de sol e as cores. Olhe as ruas, os carros e as pessoas que passam por ela. Olhe as pessoas.

Quando estiver numa sala de aula ou em um ambiente de trabalho, não se entristeça ou se chateie, mas seja grato por ter a oportunidade de crescer e ser útil na sociedade. Dê o seu melhor.

Quando voltar pra casa, mesmo cansado, pense em tudo o que fez, viu e ouviu. Guarde as coisas que foram acrescentadas, as que você ganhou e as que você doou, não as que você perdeu.

Quando estiver chateado, não se isole. Encontre na companhia das pessoas que ama a alegria contagiante das suas histórias, gargalhadas, ou apenas do calor delas.

Quando se sentir só, não se entristeça por achar que te esqueceram. Encontre na presença de Deus a melhor companhia e confie no seu amor.

Quando estiver cansado, não se canse ainda mais com o seu cansaço. Feche os olhos e esqueça-o. Encontre no colo de Deus o verdadeiro descanso.

Quando não tiver mais forças, não se sinta um miserável por isso se culpando de coisas que fez ou deixou de fazer, nem rejeite a ajuda dos outros. Encontre em um abraço o amor do próprio Deus e, mesmo que não tenha um, segure na mão dele e continue caminhando.

Enquanto viver, respire. Respire ao sorrir. Respire ao chorar. Respire ao se levantar. Respire ao se deitar. Respire quando estiver forte. Respire quando lhe faltar forças. Respire quando estiver em paz. Respire quando algo lhe chatear. Respire quando algo der certo. Respire quando algo falhar. Seja grato por todas as coisas. Respire.

16 de abr. de 2010

Eu quero Você


"Tudo o que eu quero nessa vida é ser feliz!"

Acho que esse é o pensamento de todo ser humano. Acredito que a maioria de nós, que acredita em Deus ou não, não importa, pensa assim e, para os que tem fé, buscam em suas crenças amor, saúde, paz, prosperidade. Esses são os componentes da felicidade. Será?

O que muitos não sabem é que aqui na Terra, enquanto estamos neste corpo, nesta vida, nem sempre seremos felizes. Jesus disse que no mundo nós teriamos aflições (João 16:33). Vão existir dificuldades, doenças, fome, sede, dor, miséria, pobreza, ódio e inevitavelmente morte, como sempre foi. Sim, todos nós vamos morrer e tudo o que ajuntamos aqui vai se perder. E quando esse dia chegar pra onde você acha que vai e como você acha que vai ser? Vou te dar um conselho: pare de olhar para as coisas desse mundo e olhe para as coisas do alto, as coisas do céu, as coisas eternas (Colossenses 3:2). Pare de tentar encontrar a felicidade plena aqui. Esse é um tesouro que pertence ao céu.

Olha essa menina da fotografia. Você acha que ela é feliz? E porque não seria? A felicidade não está relacionada com a sua situação exterior, mas a interior. O que importa é quem ela é e no que ela confia, e não o que ela tem. Não postei essa foto na intenção de ser sensacionalista. Não vim falar desses clichês sobre pobreza afim de comover ninguém. Eu espero que você não viva só de emoções como a mídia se sustenta na sua. Olhe o mundo com outros olhos agora.

Olhe ao seu redor. É, talvez você esteja bem. Talvez você tenha uma boa condição financeira, uma boa família, uma boa reputação, um bom emprego, um bom carro etc. Talvez onde você mora seja um lugar tranquilo, seguro e agradável, e se chover demais, por exemplo, você não vai perder sua casa e ficar desabrigado. Mas e daí? E daí se você vive bem? A maioria das pessoas que habitam nesta esfera em órbita chamada Terra não tem a mesma vida que talvez você tenha e nem por isso são piores ou melhores que você. Elas são muito mais necessitadas e continuam vivendo enquanto a menoria que tem muito ainda quer mais e acha que não consegue viver sem o que tanto deseja.

Se formos pensar um pouco em alguns exemplos de vida que nos rodeiam vamos encontrar várias pessoas em muitas situações que compõe o nosso mundo. Há pessoas que vivem bem e são tristes como pessoas que não vivem tão bem e são felizes, e vice-versa. Tudo depende de como elas enxergam a vida. É normal pessoas que tem muito quererem mais e pessoas que não tem nada se contentarem com pouco. Algumas pessoas aprendem a viver e lidar com as circunstancias da vida, outras se frustram, se amarguram e se fecham. Essas nunca vão aprender a viver, vão sobreviver ou se suicidar. É lamentável, mas é assim que o ser humano reage quando não consegue ser feliz. Ele pensa tanto nele mesmo que ao se relacionar com qualquer um, principalmente com Deus, ele busca se satisfazer de alguma forma. Ele sempre quer sair ganhando.

Olha só como a gente faz: Deus, eu quero você, mas...
Me dá uma casa maior!, Me dá um carro melhor!, Me dá aquele emprego!, Me dá muito dinheiro!, Me dá saúde!, Me dá isso!, Me dá aquilo!, Eu não quero assim, eu quero assado!, Porque isso?, Porque aquilo?,...e por aí vai.
Não é estranho esse comportamento? Não tem algo errado com a gente? Porque a gente trata Deus dessa forma? Por acaso ele é nosso servo? Por acaso ele não sabe o que deve ou não fazer ou nos dar? Ele nos conhece melhor do que nós mesmos e conhece as nossas intenções.

Você diz que o mundo está ficando louco. É, o mundo está louco mesmo, mas sabe porque? O mundo não está louco por causa da guerra, da fome, dos desastres naturais, das mortes, mas está louco por causa do nosso comportamento! Quem a gente pensa que é? O que a gente pensa que pode?
Chega de questionar Deus porque disso ou daquilo! Chega de questionar as coisas ruins que tem acontecido! Se você não sabe, Deus sabe o porquê, afinal ele - e só ele - é Deus.

Pare de enxergar o que parece óbvio. Pare de focar nos problemas. Pare de enxergar as coisas desse mundo como se fossem eternas, sejam elas boas ou não. Elas não vão durar, disso tenha certeza.
Pare de culpar a Deus pelas coisas aparentemente ruins que acontecem no mundo. O maior desastre está dentro de nós e é esse cáos que ele quer consertar!

Nem tudo o que achamos que é bênção vai nos fazer bem, e nem tudo o que achamos que é maldição é de fato. As vezes uma coisa que parece ruim, uma doença, um desemprego, uma limitação é só mais uma forma de crescermos e de nos aproximarmos de Deus. Nós nos sentimos tão fracos nessas situações que buscamos forças nele e deixamos a capa da auto-suficiencia, nosso orgulho e nossas desculpas pra trás para nos prostrarmos aos pés do Todo-poderoso. Quando não recebemos algo que tanto pedimos a Deus reclamamos, murmuramos, ficamos tristes e nos distanciamos dele muitas vezes. Somos tão bobos que perdemos a fé e a coragem. Mas olha só, Deus sabe que somos bobos mesmo, sabe que vamos reclamar como crianças birrentas, mas vai continuar nos amando e fazendo a sua vontade porque ele sabe o que é melhor. Goste você ou não, se você colocou a sua vida nas mãos dele e busca a verdadeira felicidade, Deus vai te dar o que você realmente precisa, aquilo que vai ser realmente bom e ensiná-lo a se comportar da maneira certa.

A gente tem perdido muito do nosso tempo com coisas que vão durar tão pouco! Há coisas muito mais importantes que vamos carregar para a nossa enternidade e o que você tem desejado nessa vida? Viver pra sempre aqui? Enriquecer, ser famoso e bem-sucedido? É assim que você acha que vai ser feliz?
Enquanto você não entender os propósitos de Deus para o homem você será infeliz. E se você passar dessa vida desse jeito, aí sim, vai passar a eternidade infeliz.
Deus quer que você o conheça como ele é, e ele não é mau, muito pelo contrário! Ele sabe o que faz e tudo - tudo - tem o seu bom propósito. Há muits coisas que não podemos entender. Mas basta confiar naquele que tem as respostas. Há muitas coisas que não podemos consertar. Mas basta confiar naquele que pode carregar o peso do mundo. Pra ele nada é impossível. Confie em Deus, olhe para ele. Ele te ama! E quem ama cuida.

4 de abr. de 2010

Abandonado


Por Max Lucado

Abandono. Que palavra assustadora.
Nos limites da pequena cidade há uma casa muito velha. Ervas daninhas mais altas que a entrada. As venezianas das janelas e uma porta de tela batendo com o vento. No portão tem um aviso: abandonada. Ninguém quer esse lugar. Nem mesmo os pobres e os desesperados a desejam.
Uma assistente social aparece à porta de um orfanato. Na sua grande mão está a mãozinha suja de uma menina de seis anos. Enquanto os adultos conversam, os olhos arregalados da criança examinam o escritório do diretor. Ela ouve a assistente sussurrar: “Abandonada. Ela foi abandonada”.
Uma mulher idosa num asilo senta-se sozinha na sua cadeira de balanço no Natal. Nenhum cartão, nenhum telefonema, nenhuma canção.
Uma jovem esposa descobre e-mails românticos enviados pelo seu marido a outra mulher.
Depois de trinta anos na fábrica, um trabalhador encontra um aviso de demissão preso no seu armário.
Abandonada pela família.
Abandonada pelo esposo.
Abandonado pelo emprego.
Entretanto, nada se compara a ser abandonado por Deus.

E, desde a hora sexta (ao meio dia), houve trevas sobre a terra, até à hora nona. E, perto da hora nona (três horas da tarde), exclamou Jesus em alta voz, dizendo: “Eli, Eli, lemá sabactâni”, isto é, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. (Mt 27:45,46)

Quando Jesus grita essas palavras, Ele já está pendurado na cruz há seis horas. Aproximadamente às nove daquela manhã, Ele já se encaminhava , tropeçando, para o martírio no lugar da Caveira (Mt 27:33). [...] Quando os romanos ergueram a cruz , involuntariamente colocaram Cristo na posição em que Ele veio para morrer – Entre os homens e Deus.
Ruídos se mesclam na colina: fariseus zombando, espadas ressoando e homens moribundos gemendo. Jesus raramente fala. Quando Ele o faz, é como se diamantes brilhassem num fundo de veludo. Ele dá perdão aos seus assassinos e um filho à sua mãe. Ele atende o pedido de um ladrão e pede água a um soldado.
Então, ao meio-dia, a escuridão cai como uma cortina: “E desde a hora sexta , houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona” (Mt 27:45).
Esta foi uma escuridão sobrenatural . Não um agrupamento casual de núvens ou um breve eclipse do sol. Foi um cobertor de escuridão durante três horas. Os comerciantes de Jerusalém acenderam velas. Os soldados acenderam tochas Os pais se preocuparam. As pessoas de todas as partes faziam perguntas. De onde veio essa noite em pleno dia? De um lugar distante como o Egito, o historiador Dionísio percebeu o céu escuro e escreveu:” Ou o Deus da natureza está sofrendo, ou a máquina do mundo está caindo em ruínas”.
Cláro que o céu está escuro; estão assassinando a Luz do mundo.
O universo chora. Deus disse que seria assim. “E sucederá que, naquele dia...farei que o sol se ponha ao meio-dia e a terra se entenebreça em dia de luz... e farei que isso seja como luto de filho único e o seu fim como dia de amarguras” (Am 8:9,10).
[...]
Cristo ergue a sua cabeça pesada e os seus olhos em direção aos céus e gasta a sua energia final inserindo nas estrelas um grito: “Eli, Eli, lemá sabactâni”, que significa “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46).
Poderíamos perguntar a mesma coisa. Por que Ele? Porque abandonar o seu Filho? Abandone os assassinos. Deixe os malfeitores. Dê as costas aos perversos e aos que trazem dor. Abandone-os, não Ele. Por que abandonar a única alma sem pecado da terra?
Ah, essa palavra terrível. Abandonar. A casa que ninguém quer. A criança que ninguém reivindica. A mãe de que ninguém se lembra. O Salvador que ninguém entende. Ele perfura a escuridão com a pergunta mais solitária do céu: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
[...]
Espere um pouco. Davi não nos diz: “Nunca vi desamparado o justo” (Sl 37:25)? Será que Davi não falou corretamente? Será que Jesus deu algum passo errado? Nada disso. Nesta hora, Jesus é tudo menos justo. Contudo, os erros pelos quais estava sofrendo não eram dEle. Cristo levou “em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudessemos viver para a justiça” (1 Pe 2:24).
Cristo levou em seu corpo os nossos pecados...
Posso ser mais específico um momento? Posso falar sobre o pecado? Será que devo recordar a mim e a você que o nosso passado está enfeitado com explosões de ira, manchado com noites de paixões profanas e contaminado com incansável cobiça?
Imagine que o seu passado se tornasse público? Suponha que você tivesse de ficar num plalco enquanto um filme de todos os segundos secretos e egoístas da sua vida fossem projetados numa tela atrás de você?
Você não rastejaria para debaixo do tapete? Não gritaria para que os céus tivessem miseriórdia? E você não sentiria uma fração... apenas uma fração do que Cristo sentiu na cruz? A gélida insatisfação de um Deus que detesta o pecado?
Passei por algo parecido com o meu próprio pai, quando tinha dezesseis anos. Éramos próximos, grandes amigos. Nunca temi a sua violência nem a sua ausência. Quase no topo da minha lista dos meus dias difíceis está o dia em que o decepcionei.
Papai tinha uma regra inflexível. Nada de álcool. Ele tinha visto o álcool desmantelar a vida de muitos dos seus irmãos. Se mantivesse uma postura firme contra o álcool, isso não aconteceria com a sua família. Estávamos proibidos de ingerir bebidas alcoólicas.
E o que você acha? Decidi que era mais esperto que ele. Uma festa de fim de semana deixou-me cambaleando quando fui ao banheiro, à meia-noite, para vomitar uma barriga cheia de cerveja. Papai apareceu na porta – tão zangado -, atirou-me um pano e se retirou.
Na manhã seguinte acordei com dor de cabeça e a horrível certeza de que havia magoado o coração do meu pai. Fui à cozinha e o vi sentado à mesa. [...] Ele olhou-me, os olhos arregalados de dor, os lábios curvados em descrença. Mais do que em qualquer outra ocasião da minha vida, senti a insatisfação de um pai que me amava.
Senti-me arruinado. Como poderia sobreviver ao desgosto do meu pai?
Jesus, suportando um milhão de vezes mais, talvez tenha sentido o mesmo.
Cristo levou em seu corpo os nossos pecados...
Você está vendo Cristo na cruz? Alí está um fofoqueiro. Está vendo Jesus? Um fraudador. Um mentiroso. Um beato. Você está vendo o carpinteiro crucificado? Ele espanca mulheres. É viciado em pornografia e é um assassino. Você está vendo o menino de Belém? Pode chamá-lo por outros nomes – Adolf Hitler, Osama bin Ladan e Jeffrey Dahmer.
Espere um pouco. Não misture Cristo com esses malfeitores. Não coloque o nome dEle na mesma frase que os deles!
Eu não fiz isso. Ele o fez. Na verdade, Jesus fez mais do que isso. Mais do que colocar o seu nome na mesma frase, Ele se colocou no lugar deles. E também no seu lugar, prezado leitor.
Com as mãos abertas e pregadas, Cristo convidou a Deus: “Treate-me como você os trataria!” E Deus o fez. Num ato que partiu o coração do Pai. [...]
E o céu deu à terra o seu melhor presente. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Por que Cristo gritou tais palavras?
Para que você nunca tenha de fazê-lo.