8 de abr. de 2011

Tá tudo invertido!

Quando o título vem antes do texto, a coisa é feia! Sabe o que acontece? Essas tragédias que tanto nos comovem representam momentos muito frágeis e fazem com que as pessoas externem suas emoções e nelas suas opiniões diversas. Já ouvimos falar do desarmamento, da impunidade, do horror. Mas e onde tudo isso se encaixa de fato nessa sociedade Brasil?

O que ocorreu ontem, de modo muito estranho - e talvez repreensível -, não me abalou da forma como costuma ser. Talvez a forma como eu enxergue a realidade me faça visualizar as coisas por outro ângulo. Para mim, as crianças mortas na barbaridade de ontem, em nada são diferentes das que morrem todos os dias em sociedades desfavorecidas, devido a fatores muito mais assustadores que este ocorrido. E me enoja ouvir aqueles políticos sujos demonstrarem suas condolências, sendo que são da pior classe de bandido que existe! Ou a gente esquece que há crianças de menor idade que as de ontem, que morrem diariamente por não terem uma casa para morar, o pão de cada dia e condições mínimas de saneamento básico e higiene pessoal? Isso não comove?!

A mídia é quase uma entidade só. Sensacionalismo e falta de moral são duas pequenas características dessa massa terrível que nos bombardeia todos os dias com bobagens. Eu fico realmente indignado quando vejo nos jornais as pessoas fazendo comentários bonitos e se comovendo com essa chacina. É claro que foi um caso isolado e terrível - não nego isso de forma alguma. Não pretendo minimizar o problema de ontem e muito menos dizer que não estou abalado. Mas se abrirmos nossos olhos, um pouco além do que temos feito, veremos que diariamente coisas terrivelmente piores acontecem! E diante de nós! Mas nosso orgulho e ganância, além da sensação de bem-estar e comodismo simplesmente nos roubam qualquer comoção que não seja coletiva. É fácil chorar quando a televisão chora. É simples reclamar das coisas quando um especialista fala abertamente sua opinião. Nessas horas há opinião para tudo. Mas e daqui a uma semana, um mês, quando isso tudo tiver sido esquecido? Voltaremos a sorrir e ninguém mais estará abalado até que outro drama seja noticiado pela imprensa. E assim a vida segue. Ou alguém aí lembra do que ocorreu no complexo do Alemão? Ou da gripe H1N1? Até mesmo alguém se lembra do Big Brother 11? Não! Esquecemos das coisas muito rapidamente! E sabe por quê? Porque a mídia tem esse objetivo. Eles ganham o máximo de audiência com determinado assunto e depois simplesmente enxugam ele e jogam fora. Alguém lembra das crianças que passam fome? Dos pais sem condições de criar seus filhos devido a uma escória que determina um salário digno de um animal - sendo que muitos animais por aí tem melhores condições! -, enquanto os parlamentares pobres desta amada pátria estão ganhando Iphones para poder se comunicar? Isso é que irrita! Isso comove! Não apenas um fato isolado, mas sim casos diários onde milhares morrem sem qualquer chance a um grito de socorro!

Achei incrível a forma como a ideia do desarmamento ressurgiu das cinzas. Até parece de propósito, para mais uma vez nos tirar do foco. Eles deveriam é tirar dinheiro do político e não arma do cidadão! O armamento do corrupto é o dinheiro que ele tem, a maldade em seu coração. Isso é indigno e repudiante. Não estou dizendo que sou ou não a favor do desarmamento. Mas de que adianta desarmar, na tendência de cumprir determinadas leis, quando na realidade essas leis nunca se cumprem? Alguns usam o exemplo de grandes nações civilizadas, onde nem mesmo a polícia tem direito a armas letais - como é o caso da Inglaterra. Mas isso é ser insano e incoerente. Lá, as coisas funcionam! As leis são cumpridas, a corrupção existe, mas não é impune. Numa bagaça como esse nosso país - em termos de política e sociedade - não há a menor chance de, na ideia de desarmar o cidadão, desarmar o bandido. Por acaso a droga aqui é legalizada? E onde o bandido consegue esse tipo de produto? É só pensar por minutos e colocar os pensamentos em ordem. Não precisa muito.

Acredito que nada vai melhorar enquanto continuarmos vivendo da forma como estamos. Não se trata de buscar os culpados, de lamentar pelo que aconteceu e chutar o balde. Se trata, sim, de olharmos para tudo com olhos críticos! Se cada um fizer algo, por menor que seja, podemos mudar a vida de muitas pessoas. Basta agirmos com amor e com coerência. Enquanto estamos comprando nosso centésimo par de tênis, alguém está precisando de um prato de comida. Enquanto os programas de TV dão milhões para pessoas que não precisam, jogando dinheiro no lixo, milhões de pessoas sofrem na necessidade. Enquanto os políticos sujos ganham zilhões em suas corrupções, crianças morrem em escolas como ocorreu ontem. Tá na hora de um basta. Chega de aceitar tudo que esse povo medíocre que veste prada diz! Quem sabe se um dia as pessoas olharem para o amor de Deus e o conhecerem, poderemos ter alguma mudança.

3 de abr. de 2011

Absoluto x Relativo

Oi! Minha namorada mexeu nesse blog de uma forma incrível que eu nem sabia que tinha feito! Interessante que a gente tem ele juntos, e ela não me fala nada! Mas tudo bem! Eu a perdôo! Hehehe...

Passada a brincadeira, vamos ao assunto de hoje. Bom, para começar, devo dizer que faz muito tempo mesmo que não posto nada em blogs. Tenho um particular - que dá vontade de desativar, de tão parado - e esse. Nunca havia postado nesse, e decidi fazê-lo hoje pela primeira vez. Espero que dê certo!

Hoje quero falar sobre um assunto muito legal e pertinente. Trata do conceito de relativo e absoluto. Costumamos ouvir as pessoas falarem "isso é relativo", "aquilo é absoluto", "tenho certeza absoluta". Mas afinal, o que isso tudo significa, e onde Deus se encaixa nessa história?

Vamos buscar conceitos de senso universal, em algum dicionário. Uma busca rápida no Michaelis nos fornece alguns significados para absoluto e relativo. Irei destacar os mais pertinentes para este texto:

Relativo: 1 Que serve para exprimir relação.  3 Filos Que depende de certas condições. 7 Filos Que não é absoluto. 8 Que é calculado com referência a uma proporção, a um valor comparativo; proporcionado. 

Absoluto: 1 Que subsiste por si próprio. 2 Que não tem limites, que não sofre restrição. 5 Incondicional. 6 Incontestável. 7 Quím Diz-se de algumas substâncias completamente puras: Álcool absoluto. 
Com esses conceitos em mãos, vamos desenvolver nossa ideia. Note que relativo é diretamente oposto a absoluto. Um é antônimo do outro. Portanto, o que um representa o outro não pode representar. É o mesmo que tentar dar dois papéis a um ator, na mesma cena de um teatro. Se analisarmos os significados de relativo, percebemos que um deles sugere referência e comparação, além de dependência. Isto é, para ser relativo, deverá haver um padrão, uma premissa. No caso do absoluto, não há limite, restrição. É totalmente incondicional e incontestável. Para ser absoluto, basta ser. 
Muitas pessoas tendem a afirmar "tudo é relativo". Ou pior, "a única coisa que sei é que tudo é relativo". Será que essa pessoa não se dá conta de que a própria afirmação dela pode, então, ser relativa? Se tudo for relativo, qualquer afirmação minha deixa de ser absoluta para ser relativa, sofrendo restrições e dependendo de certas condições. Desse modo, dizer que tudo é relativo acaba por excluir a premissa de que a afirmação é correta. Confuso? Um pouco, mas me deixe exemplificar. Albert Einstein, famoso físico e cientista alemão, postulou a conhecida Teoria da Relatividade. Einstein não afirmou que tudo é relativo, mas que o tempo é relativo. Como ele chegou a essa conclusão? Vou explicar com poucos detalhes. Imagine uma pessoa dentro de um trem em movimento, segurando em sua mão uma pequena bola (esfera). Fora do trem há um observador. Quando o trem passar pelo observador, a pessoa larga a bola, que cai sobre uma mesa. O observador não percebeu uma trajetória retilínea de queda, mas, devido ao movimento do trem, uma trajetória diagonal. A pessoa do trem observou apenas a bola caindo, em trajetória reta. Isso significa que o observador externo teve uma diferente perspectiva, referência. Portanto, se calcularmos o tempo dentro do trem e o tempo fora dele, haveria alguma discrepância. Isso significa que o tempo é relativo ao observador, à referência. A física explica que conforme a velocidade do corpo, o tempo pode mudar e passa a ser relativo, deixando de ser absoluto - assim como o é para nós, meros mortais. Agora, pense em um pedaço de papel. Cada lado possui uma cor diferente. Mas o papel é o mesmo. Digamos que alguém esteja do seu lado oposto e veja a cor verde, enquanto você incontestavelmente enxerga o vermelho. Você pode afirmar que o papel é, absolutamente, vermelho, pois não conhece o outro lado. O outro observador, diz o contrário e ambos estão certos. Mas, na realidade de um terceiro observador que vê os dois lados, de acordo com seu intelecto, pode afirmar que o papel é, absolutamente, verde e vermelho, mas que, relativamente, pode ser verde ou vermelho. Portanto, dependendo da referência de espaço, a cor do papel é diferente. Isso é ser relativo e absoluto. Não sei se fui mais claro ou piorei a situação. De qualquer forma, espero que tenham compreendido.

E o que isso tudo pode ter a ver com Deus e religião? Muitas coisas. Deus é um ser que cremos ser absoluto, ou seja, o máximo do máximo. O "grande Eu sou". Aquele que era, é e há de ser para sempre. Ou seja, na concepção cristã, Deus é o Senhor absoluto, incontestável, que sempre existiu e nunca deixará de existir. Não pode ser relativo, pois não há referências a se basear. O início e o fim é Ele. Com relação à religião, podemos tomar alguns conceitos realmente importantes. Quero mencionar uma frase muito comum entre os ateus e agnósticos. Algo realmente impressionante. Não tenho por objetivo criticar a crença deles (de não crer em Deus e crer em outras coisas), nem mesmo discriminar. Não desejo entrar no mérito hoje, mas o farei em outra oportunidade. No entanto, para demonstrar uma situação muito clara, a frase é: "seja bom por ser bom". Há um tempo eu vi que em alguns países europeus estava se difundindo essa ideia. Alguns ateus a divulgavam em ônibus, praças públicas. Mas eu pergunto: o que é ser bom? Será que o ateu tem a resposta a essa pergunta? Para não dizer que estou discriminando alguém, será que qualquer um nesse mundo tem resposta a essa pergunta? Jesus em determinado momento foi chamado de "bom" e disse "Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus". O que Cristo queria dizer, implicitamente, foi "Deus é a referência de bondade, Ele apenas sabe o que isso significa". Ninguém nesse planeta pode dizer que detém o conceito de bondade. Mas, para os céticos, vamos tentar. Ser bom é o que? Vamos definir alguns conceitos:
1 - Ser carinhoso com todos e nunca se irar. Dar esmolas e fazer o bem. 
2 - Ser amoroso com todas as pessoas, não ser mentiroso, ser justo.
3 - Ser honesto e nunca passar a perna nos outros.
4 - Não fazer nada de mal aos outros e agir com os demais conforme agiria comigo mesmo. 
Devo parar por aqui, pois não tenho criatividade para inventar tanta coisa! Analise comigo o primeiro que escrevi: ser carinhoso é ser bom? Talvez. Não há nenhum padrão mundial ou universal que me leve a crer nisso. Irar é ser mau? Talvez sim, mas depende da situação. Dar esmolas é justo? É digno ou o melhor é dar emprego? Isso é absoluto ou relativo? E, por fim, afinal, o que é fazer o bem? Não sei! O segundo diz que devemos ser amorosos com todas as pessoas. Mas e aqueles que nos fazem mal, devemos amar? Se sim, como amar quem nos machuca diretamente? Mentir é ser mau? Como ser justo? Dessa forma, sonegar impostos e comprar bebidas alcoólicas, investindo em empresas que geram mortes indiretas diárias são más atitudes. O terceiro diz para sermos honestos e nunca passarmos os outros para trás. Ao baixarmos uma música da internet, estamos sendo honestos e justos ou prejudicando o trabalho de alguém? A quarta nos diz que devemos ser o espelho das nossas atitudes. Então, nada que não desejamos para nós mesmos, devemos fazer aos outros. Isso é simples, fácil? Isso é ser bom? Será? Acho que não! Nenuma dessas definições me convence e com certeza a ninguém. Portanto, concluímos que é impossível ser bom apenas por ser bom, pois ser bom não é definido em qualquer lugar e não é um conceito absoluto que nasce com o ser-humano. Se ser bom é relativo, precisamos de uma referência. Pense na pessoa mais boa que conhece. Ela é totalmente boa, em todas as suas atitudes, sem qualquer falha? Não. Nenhum ser-humano consegue essa proeza. Então, a conclusão a que chegamos é que ser bom depende de uma referência maior, algo que está acima do entendimento humano e acima da ciência desenvolvida por nós ao longo da história. Ou seja, um referencial perfeito de bondade.

O ser-humano está longe de conhecer todas as questões absolutas da vida. Nós lidamos diariamente com verdades (que tendem ser sempre absolutas), mas invariavelmente nos deparamos com conceitos que são meros produtos de referenciais. Absoluto e relativo estão sempre ao nosso lado. Devemos ser hábeis para entender as coisas que se apresentam dessas formas. Como ser-humanos pensantes, devemos saber diferenciar um do outro. Alguém pode dizer, "mas tudo é relativo, sim!", "talvez a minha afirmação seja relativa, existam coisas que não sabemos, que são relativas e não absolutas, conforme um referencial diferente do nosso". Se pensarmos assim, podemos jogar fora todos nossos conceitos de ciência, pois se houve mudança de referencial e o absoluto não nos é mais absoluto, qualquer afirmação científica deixa de ser absoluta para o nosso mundo, podendo ser assumida como mentira, o que facilitaria as coisas para os religiosos do mundo todo manterem suas crenças. 

Sei que este texto foi um pouco complexo e até meio "maluco". Mas compreender esses conceitos tão corriqueiros é essencial para que possamos enxergar o mundo com os olhos certos e baseados em fatos e pensamentos coerentes. Que Deus nos dê sabedoria para continuarmos nossa caminhada com fé e olhando para Ele.